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Perguntas e respostas sobre o Ebola

13/10/2014

O que é ebola?

O Ebola é um vírus e está relacionado à ocorrência de surtos de febre hemorrágica no continente africano desde 1976. Os primeiros registros ocorreram em uma aldeia perto do Rio Ebola, na República Democrática do Congo, e outro em uma área remota do Sudão.

Qual a origem do vírus ebola?

A origem do vírus ainda é desconhecida. Acredita-se que uma espécie de morcego da região sejam os primeiros hospedeiros e tenham contaminado primatas. Como em algumas regiões da África a carne de macaco é consumida como alimento, assim deve ter ocorrido a primeira contaminação de humanos com o vírus ebola.

Quais são os sintomas da doença?

Início repentino de febre alta, fraqueza, dor muscular, dor de cabeça, dor de garganta; seguidos de evolução para vômito, diarreia, irritações de pele, comprometimento do fígado e dos rins e hemorragia interna e externa.

Como é feita a transmissão do vírus?

O vírus ebola só é transmitido após o início dos sintomas, que ocorrem entre 2 e 21 dias da contaminação. Para contaminar-se, a pessoa precisa ter entrado em contato direto com o sangue ou outros fluidos corporais ou secreções (fezes, urina, saliva, sêmen) de pessoas infectadas. A infecção também pode ocorrer se a pele ou mucosas de uma pessoa saudável entrarem em contato com objetos contaminados com fluidos infecciosos de um paciente com Ebola, como roupa suja, roupa de cama ou agulhas usadas.

O vírus ebola se transmite pelo ar?

Não.

Se uma pessoa contaminada espirrar perto de mim corro risco de ser contaminado?

Não.

O vírus ebola se transmite pelo contato com suor?

Não há nenhuma evidência científica de que o vírus ebola seja transmitido pelo suor nos casos em que a pele esteja íntegra (ou seja, não tenha nenhum corte). Entretanto, até o momento, não é possível afirmar que não seja possível a transmissão.

Se eu tiver estado ao lado de uma pessoa – num ônibus ou avião, por exemplo – que esteja contaminada pelo vírus ebolasem saber, eu posso ter contraído a doença?

Provavelmente não. A contaminação só é feita quando a pessoa já apresenta sinais e sintomas (o que ocorre entre 2 e 21 dias da contaminação) e há contato com secreções do infectado com a pessoa saudável.

Se eu pegar, por exemplo, numa maçaneta em que um contaminado por ebola tocou, posso contrair a doença?

Não. A não ser que a maçaneta esteja suja com sangue, fezes, vômito ou qualquer secreção do infectado.

Quais sãos os locais da África onde existe surto de ebola atualmente?

Serra Leoa, Libéria, Guiné. Os demais países da África não possuem surtos de ebola e, portanto, pessoas provenientes destes países não são considerados casos suspeitos; a não ser que tenham passado pelos acima citados.

Se uma pessoa vinda de Serra Leoa, Libéria ou Guiné chegar ao Brasil e apresentar febre ela está com ebola?

Essa pessoa só será considerada um caso suspeito se tiver febre até o 21º. dia após a saída de um desses países. Pesquisas científicas apontam que este é o período máximo de incubação da doença. A evidência de início apenas de febre a partir do 22º. dia não representa mais um caso suspeito de ebola.

O que é um caso confirmado de ebola?

Um caso suspeito com resultado laboratorial positivo para o vírus ebola realizado em laboratório de referência.

Se o primeiro exame laboratorial der negativo, já é um caso descartado de ebola?

Não. O descarte só é feito após dois exames laboratoriais negativos com intervalos de 48h entre eles.

Qualquer unidade de saúde pode colher sangue de um paciente suspeito de ter ebola?

Não. Esta doença é de notificação compulsória imediata e o Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado de Saúde recomendam que em caso de suspeita de paciente com o vírus, a pessoa seja isolada e o Ministério seja acionado imediatamente para o paciente ser levado a uma unidade de referência e, somente neste local, ser feita a coleta de sangue.

Como é feito o transporte de pacientes suspeitos e/ou confirmados com ebola?

O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro destina uma ambulância exclusiva do SAMU, tripulada por bombeiros militares do Grupamento de Operações com Produtos Perigosos (GOPP). A equipe passou por diversos treinamentos e simulados para atuar em ocorrências com essas características. A viatura é previamente envelopada (seu interior foi coberto por plástico para que não haja contato dos instrumentos com o paciente). Durante o transporte, tanto o paciente quanto a equipe médica e o motorista utilizam Equipamentos de Proteção Individual (EPI): macacão de tyvek, protetor facial, bota, luvas, entre outros.

Obrigatoriamente o paciente deve ser colocado na ambulância em uma maca-bolha?

Não há essa indicação técnica, já que a doença não é transmitida pelo ar e os profissionais de saúde estão usando todos os EPIs indicados no protocolo.

Quais as unidades de referência no Brasil?

O Ministério da Saúde definiu o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, na Fiocruz, no Rio de Janeiro, como a principal unidade de saúde de referência para isolamento e início dos cuidados médicos adequados a pacientes suspeitos de ebola; mas há outros espalhados pelo país.

Qualquer laboratório pode manipular o sangue de um caso suspeito para diagnosticar ebola?

Não. Apenas um laboratório no Pará tem nível internacional de segurança 3 e, por isso, é o único credenciado pelo Ministério da Saúde para manipular e diagnosticar vírus ebola.

Há tratamento para o ebola?

Ainda não há tratamento específico que cure o ebola. Há medicamentos ainda em fase experimental, que não têm sua eficácia comprovada e, portanto, não estão disponíveis para uso geral. Não há vacina para a doença.

E o que é feito, então, quando há confirmação de caso de ebola?

Os pacientes confirmados com ebola devem ser mantidos isolados, em suporte intensivo, realizado em hospitais de referência para tratamento de doenças infecciosas graves. Todo e qualquer profissional de saúde que tiver contato com o paciente deve estar usando Equipamento de Proteção Individual (EPI) específico. O tratamento é de suporte.

Qual a letalidade da doença?

É considerada alta. Entre 50% e 90% dos casos diagnosticados levam a óbito.

O Brasil está preparado para lidar com a doença?

Sim. O país está bem preparado em termos de equipamentos, tecnologia e profissionais para lidar com doenças infecciosas. Além disso, desde o início do surto da doença na África em 2014, uma série de simulados está sendo feita pelas equipes nacionais, estaduais e municipais para a confirmação dos protocolos internacionais de segurança para este tipo de doença.

Há equipamentos de proteção suficientes?

Sim. No Rio de Janeiro já foi feita a aquisição dos EPI completos para os profissionais de saúde que por ventura entrem em contato com casos suspeitos e/ou confirmados. As unidades de urgência e emergência também foram orientadas a adquirir um quantitativo mínimo de EPI.

Quais são esses equipamentos de proteção?

Os profissionais de saúde devem seguir rigorosamente as precauções de controle de infecção recomendados. Além dos cuidados usuais, os trabalhadores de saúde devem aplicar estritamente as medidas de controle de infecção para evitar a exposição a sangue infectado, fluidos ou ambientes e objetos contaminados – como a roupa suja de um paciente ou agulhas usadas. É recomendado o uso de equipamentos de proteção individual, tais como aventais, luvas, botas, máscaras e óculos de proteção ou protetores faciais; não devem reutilizar equipamentos ou roupas de proteção, a menos que tenham sido devidamente desinfectados; devem trocar as luvas ao passar de um paciente para outro.

O que fazer depois com esses equipamentos individuais utilizados pelos profissionais de saúde e no transporte?

Eles devem ser descartados: desinfecção e incineração; de acordo com os protocolos para os casos de pacientes com infecção grave. No Rio de Janeiro, a Fiocruz está preparada para realizar a incineração de materiais contaminados por vírus. Após o transporte, a descontaminação no Rio de Janeiro é feita por grupamento especial do corpo de bombeiros. O plástico é removido e é feita limpeza com solução química na viatura. Esse material e refugos de limpeza são, então, autoclavados e incinerados.

Existe risco de epidemia de ebola no Brasil?

O risco é extremamente baixo. Mesmo que haja casos confirmados isolados (o que ainda não há), a adoção de protocolos de isolamento, monitoramento e bloqueio evita a ocorrência de surto por conta das características da infecção pelo ebola. A possibilidade de ocorrer uma disseminação global do vírus é ainda baixa. Desde sua descoberta em 1976, o vírus tem produzido, ocasionalmente, surtos em um ou mais países africanos, sempre muito graves pela alta letalidade, no entanto, autolimitados.

Como pode ser feita a notificação de um caso suspeito de ebola ou para tirar dúvidas sobre a doença?

No estado do Rio de Janeiro, os serviços de saúde devem realizar a notificação ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde-RJ. O Ministério da Saúde disponibilizou alguns canais de contato para notificação imediata por parte dos profissionais de saúde de casos suspeitos: 0800.644.6645 /notifica@saude.gov.br. Para a população, basta discar 136 e fazer os questionamentos.

É seguro viajar durante um surto?

A Organização Mundial da Saúde não recomenda restrições de viagens para os países onde há epidemia da doença por considerar que o risco de infecção para os viajantes é muito baixo. A transmissão de pessoa a pessoa só se dá com o contato direto com os fluidos corporais ou secreções de um paciente infectado. Além disso, a transmissão ocorre, principalmente, em vilas e povoados de áreas rurais. Por outro lado, pessoas que viajam a trabalho para as capitais ou cidades desses países devem evitar qualquer contato com animais ou com pessoas doentes. Os profissionais de saúde que viajam para as áreas com transmissão, nesses países, devem seguir, estritamente, as medidas recomendadas pela OMS para o controle da infecção. Os brasileiros que residem nos países onde há transmissão do Ebola (Libéria, Serra Leoa e Guiné) devem evitar deslocamentos para as áreas rurais e vilas onde estão ocorrendo os casos, ficar alerta às informações e recomendações prestadas pelos Ministérios da Saúde desses países e evitar contato com animais ou pessoas doentes.

Com informações da Fiocruz e do Ministério da Saúde

 

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